"LÓKI?" - UM ÁLBUM QUE NUNCA VAI VIRAR BOLOR

Na faculdade, na disciplina Redação Jornalística II, a querida professora Graça pediu pra fazer uma resenha. Dentre o universo de livros e discos que fazem parte do meu 'universo' e que me influenciaram bastante, escolhi o espetacular e clássico "Lóki?" do gênio Arnaldo Baptista.



UM ÁLBUM QUE NUNCA VAI VIRAR BOLOR
Lóki? é o primeiro álbum solo do gênio Arnaldo Baptista, logo após o fim da banda Os Mutantes. Lançado em 1974, depois da hipótese de um ataque nervoso, com letras que expressam forte carga de angustia sobre a pós-contemporaneidade submetida à aspectos que sufocam a humanidade como sexo, drogas, solidão e até disco voadores.
De forma aguçada, cada faixa é uma pérola que não cansa os ouvidos mais exigentes. Ao ouvir ‘Lóki?’, nos dá a sensação de que recebemos uma descarga de toda a aflição que Arnaldo Baptista sentia na época como decepção, infelicidade e arrependimentos, além do escancarado sofrimento por não superar o divórcio com Rita Lee.
Lóki? é recheado de composições que celebram de forma única, a linha tênue entre genialidade e loucura. Um disco rico em estruturas melódicas convidando o ouvinte a um passeio pelo rock, jazz e até clássico.
“Será que eu vou virar bolor?” abre o album com o indefectível piano e uma melodia pra deixar o coração emocionado e encher os olhos de lágrimas. A letra escancara um tom filosófico e reflexivo pelo qual Arnaldo passava como nas primeiras frases “hoje eu percebi que venho me apegando às coisas materiais que me dão prazer, o que é isso, meu amor?”.
O piano é destaque em todas as faixas, de forma bela, simples, limpa e melódica.
Na faixa Honky Tonky, Arnaldo dá uma guinada expondo seu lado jazzístico e em “Cê tá pensando que eu sou Loki?”, com uma batida que lembra a Bossa Nova, mostra sua malandragem.
O álbum foi eleito pela revista Rolling Stone como o 34º melhor na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil. Para o jornalista Nelson Motta, ‘Lóki?’ é "um álbum essencial para compreender a música brasileira".

Enfim, um álbum obrigatório que entra fácil na lista dos “que você deve ouvir antes de morrer”, e mais que necessário para amantes da boa música.

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