
Lembrei o Eclesiastes.
Que me dirá esse tesouro da sabedoria? – Todas as coisas têm seu tempo, e todas elas passam debaixo do céu segundo o termo que a cada uma foi prescrito.
Há tempo de nascer e de morrer. Há tempo de plantar e tempo de colher.
Há tempo de enfermar e tempo de sarar. Há tempo de chorar e tempo de rir.
Há tempo de destruir e tempo de edificar. Há tempo de afligir e tempo de se alegrar.
Há tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar.
Há tempo de guerra e de paz.
Quando? Não sei!
A certeza é uma: a certeza do presente; a da destruição, a da aflição, a da plantação. O resto – mistério e abismo.
Não! Entre tantas incertezas, entre tantas ilusões, uma certeza há: há um tempo que há de vir, fatalmente imperiosamente: o tempo de morrer. Nasci, morrerei. Oh, ciência humana! Entre a destruição e a edificação, entre a tristeza e a alegria, entre o semear e o colher, há o tempo que não é de uma nem de outra coisa, o tempo absoluto, o tempo que marca a todas as horas uma vida e uma morte, um vagido e uma agonia; o tempo do fim, infalível, fatal.
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